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9 doenças que afetam mais as mulheres


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Diferentes combinações de hormonas femininas, fatores genéticos ou ambientais e causas desconhecidas tornam as mulheres mais vulneráveis a certas doenças como a esclerose múltipla ou a fibromialgia.

1.  Esclerose Múltipla

É uma doença crónica, inflamatória e degenerativa que perturba o sistema nervoso central e surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos. Afeta três a quatro vezes mais mulheres do que homens e por isso é uma das hipóteses colocadas pelos médicos perante doentes do sexo feminino nesta faixa etária e que apresentem sintomas da doença:
Fadiga;
Visão turva;
Alteração do equilíbrio;
Perda da força muscular (que pode ocorrer não só em ataques temporários, nos chamados surtos da doença, mas também como um processo gradual);
Alterações da sensibilidade;
Queixas urinárias (dificuldade em urinar ou em esvaziar completamente a bexiga, urgência miccional);
Queixas intestinais;
Problemas sexuais (na mulher, perda de sensibilidade nos órgãos sexuais, dispareunia (dor intensa durante e após o ato sexual) ou incapacidade de atingir um orgasmo).

Os sintomas da Esclerose Múltipla (EM) variam muito (dependem da localização da inflamação e da desmielinização no sistema nervoso central) e podem ter uma evolução gradual e insidiosa, ou, pelo contrário, surgir em surtos, seguidos de períodos de remissão com recuperação total ou parcial.

As causas da EM não são conhecidas, mas a ciência sabe que há fatores relacionados com o aparecimento da doença: ambientais, de hereditariedade e imunológicos. Sabe-se que a EM é tanto mais frequente quanto mais afastado do equador está o país onde a pessoa passou infância/adolescência. É provável que as pessoas com EM, por razões hereditárias, sejam, até certo ponto, propensas a desenvolver a doença. Ou seja, um fator ambiental desconhecido poderá ativar o sistema imunológico, conduzindo a alterações na imunidade que levam ao aparecimento da doença.

2. Neoplasia da mama

O cancro de mama é a neoplasia mais frequente no sexo feminino e representa cerca de 25% de todos os cancros diagnosticados nas mulheres. A evolução das taxas de incidência das neoplasias mais frequentes mostra um aumento progressivo e gradual dos tumores da mama, do cólon e do pulmão, de acordo com o esperado. É a segunda causa de morte por cancro nos países desenvolvidos. Muito embora seja muito mais frequente no sexo feminino, há homens com neoplasia da mama (um homem para cada 135 mulheres).

3. Lúpus Eritematoso Sistémico

Esta doença inflamatória crónica de origem autoimune, que surge mais frequentemente entre os 20 e os 45 anos, é dez a 15 vezes mais frequente no sexo feminino. A diferença é explicada por fatores genéticos, hormonais (estrogénios) e ambientais, que participam no aparecimento da doença, causando alterações imunológicas (produção de auto-anticorpos) que levam ao aparecimento dos sintomas.

Os sintomas do Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) são muito diversos. A par com as queixas gerais de cansaço, astenia (perda de forças), adinamia (prostração), febre, emagrecimento e perda de apetite, surgem manifestações mais específicas, de acordo com os anticorpos produzidos:

Lesões cutâneas, que surgem tipicamente em zonas expostas à luz, em 80% dos casos. A lesão mais característica, de cor avermelhada ao nível da pirâmide nasal e região malar, em forma de asas de borboleta, é típica desta doença.

Queixas articulares, nomeadamente a dor, com ou sem sinais inflamatórios associados, ocorre em cerca de 90% dos casos de LES, em algum momento da doença, envolvendo principalmente as articulações da mão, punho, joelho e pé.

Lesão renal, que ocorre em cerca de 50% dos doentes.

Alterações hematológicas, neuropsiquiátricas (alterações do humor ou do comportamento), entre outras.

4. Infeção Urinária

A infeção urinária é mais comum no sexo feminino e isso deve-se ao facto de a uretra feminina ser mais pequena, pelo que as bactérias chegam com mais facilidade à bexiga causando infeção. As bactérias intestinais são frequentemente causadoras de infeção urinária, devido à proximidade entre o meato urinário e o ânus. As mulheres grávidas, sexualmente ativas ou na menopausa, são mais suscetíveis às infeções urinárias

5. Fibromialgia

A doença afeta 2 a 10% da população, e está presente em todas as idades, grupos étnicos e culturais. A única grande diferença é a sua prevalência por género: a fibromialgia é sete vezes mais comum no sexo feminino.

As mulheres são quem mais sofre com a doença, que se caracteriza por dor músculo-esquelética crónica e difusa, que envolve os quatro membros e o tronco e se mantém por  mais de três meses, frequentemente associada a outras patologias, tais como depressão, síndrome do cólon irritável, fadiga, distúrbios do sono e alterações reumatológicas.

A fibromialgia não tem cura e compromete a sua qualidade de vida do paciente, mas o tratamento da doença permite uma melhoria significativa dos sintomas.

6. Depressão nas mulheres

A depressão é atualmente a quarta causa de incapacidade no mundo e deverá ser a segunda até 2020, segundo a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença tem uma maior prevalência no sexo feminino, afetando duas vezes mais mulheres, mas a ciência não tem uma explicação única para esse facto. Até porque, apesar da investigação desenvolvida, persistem dúvidas relativamente à origem da doença.

Atualmente, a depressão é referida como uma doença multifatorial, ou seja, com várias causas envolvidas no seu aparecimento:

Algumas teorias referem uma explicação genética e estudos feitos com gémeos monozigóticos corroboram a existência de uma tendência familiar. No entanto, não é claro como é feita a transmissão genética.
São igualmente importantes as causas físicas, como o desequilíbrio hormonal (patente na adolescência, depressão pós-parto ou associada à menopausa).
A doença surge ainda associada a certas patologias (neurológicas, infecciosas ou oncológicas) e como efeito secundário de alguns medicamentos.

7. Doença Celíaca

A doença celíaca é uma doença autoimune que ocorre em indivíduos com predisposição genética, causada pela permanente sensibilidade ao glúten. Por cada quatro doentes celíacos, três são mulheres — e este desequilíbrio mantém-se em todas as faixas etárias, só desaparecendo na terceira idade. Nestes doentes, a ingestão de glúten, mesmo em pequenas quantidades, leva o organismo a desenvolver uma reação imunológica contra o próprio intestino delgado, provocando lesões na sua mucosa que se traduzem pela diminuição da capacidade de absorção dos nutrientes. Trata-se de um problema crónico.

A eliminação do glúten da alimentação permite que o intestino regenere por completo da lesão e o organismo recupere — mas se houver reintrodução do glúten, a inflamação regressa e os sintomas reaparecem.

8. Doenças Sexualmente Transmissíveis nas mulheres

Mesmo com o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e de tratamento, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) mantêm elevada prevalência, especialmente no sexo feminino, que muitas vezes não refere queixas. Frequentemente subvalorizadas do ponto de vista clínico e em termos de Saúde Pública, as DST podem provocar infertilidade, gravidez ectópica, malformações fetais ou infeções neonatais. A cada ano ocorrem, entre adultos de 15 a 49 anos, cerca de 340 milhões de novas infeções curáveis transmitidas através relações sexuais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Chama-se Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) a infeções de diferentes tipos que têm em comum o facto de serem transmitidas através da relação sexual:

  • DST venéreas causadas por bactérias

Gonorreia, clamídia (mais frequente nas mulheres, atingindo cerca de 45% das jovens que mantêm relações sexuais sem proteção), a sífilis e a úlcera mole venérea. Todas elas podem ser curadas, se forem tratadas adequadamente.

  • DST virais

Infeção por HPV, herpes genital, hepatite B e HIV.

  • DST causadas por parasitas

Pediculose e a tricomoniose (a mais frequente em todo o Mundo, representando 50% das DST com cura).

Cada uma das diferentes entidades clínicas que compõem o grupo das DST apresenta sintomatologia, prognóstico e curso próprio, requerendo estratégias específicas de prevenção, diagnóstico e tratamento.

9Lesão por Esforço Repetitivo (LER)

A “expressão” generalista Lesões por Esforços Repetitivos (LER) surgiu nos anos 50 para designar um conjunto de patologias, síndromes e/ou sintomas músculo-esqueléticos que afetam particularmente os membros superiores.

Aproximadamente 85% dos pacientes são mulheres na faixa etária dos 20 aos 40 anos. O aparecimento de LER está diretamente relacionado com a atividade profissional — e são elas quem mais sofre com este tipo de lesões músculo-esqueléticas.

A LER, provocada pela execução de movimentos repetitivos e contínuos, favorecida por uma postura incorreta ou levantamento de pesos, é cada vez mais comum e surge associada ao uso das novas tecnologias (nomeadamente à utilização do computador). Atividades como tocar piano, guiar camiões, fazer crochet ou bordar provocam igualmente lesões deste género.

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